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O Travessão na Escrita: Mito, Verdade e o Papel que Ele Realmente Desempenha

Por: Objetivo Frei Gaspar

O Travessão na Escrita: Mito, Verdade e o Papel que Ele Realmente Desempenha

O Travessão em Alta: por que todos estão falando sobre isso?

Nas redes sociais, nas mensagens de texto, nos comentários e até em análises semióticas exageradas, um sinal da pontuação tradicional voltou a ser o centro das atenções há pouco tempo. Sim, estamos falando do travessão. O curioso é que o interesse não veio exatamente do estudo gramatical, mas de uma suposição que viralizou: textos que usam travessão demais são provavelmente criados por inteligência artificial.

Essa teoria, aparentemente inofensiva e até engraçada, esconde um problema bem mais sério. Um número surpreendente de pessoas ainda não conhece bem o funcionamento e as reais funções desse sinal pontual tão antigo quanto essencial. E isso contribui não apenas para erros gramaticais, mas também para confusões de interpretação e até para julgamentos equivocados sobre a autoria de textos.

Por isso, vamos nos aprofundar nesse assunto. Ao longo deste conteúdo, você vai entender o que é, de fato, o travessão, como ele se diferencia de outros sinais parecidos, os contextos corretos de uso e por que ele ainda é um recurso poderosíssimo na linguagem escrita, inclusive quando bem usado por alunos em redações de vestibulares como Enem, Fuvest e Unicamp.

O que é o travessão e qual é sua função na Língua Portuguesa

O travessão é um sinal de pontuação com características únicas, utilizado principalmente para marcar estruturas que interrompem a sequência lógica de uma frase ou para destacar frases explicativas. Também é usado frequentemente na introdução de falas em diálogos narrativos. Ele oferece um tipo de ênfase que outras pontuações, como as vírgulas ou os parênteses, não conseguem transmitir com a mesma força.

Historicamente, escritores renomados, jornalistas e autores de diferentes gêneros usaram e ainda usam esse recurso para dinamizar a leitura, dar ritmo ao texto e acrescentar nuances emocionais ou informativas. Ou seja, seu uso não tem relação com máquinas, mas sim com estratégia e intencionalidade.

Quando usado com equilíbrio, ele amplia as possibilidades expressivas de um texto, tornando a leitura mais envolvente e fluida. Isso é especialmente útil em tipos de escrita que exigem criatividade, clareza e foco narrativo, como na produção textual exigida em vestibulares e redações escolares.

Diferenças essenciais: travessão, hífen e meia-risca

Para dominar o uso do travessão, é preciso antes diferenciá-lo de dois outros sinais gráficos que frequentemente geram confusão: o hífen e a meia-risca. Apesar da aparência semelhante quando escritos de forma digital, suas funções são completamente distintas.

O hífen é o menor dos três. Ele serve para unir palavras compostas e formar elementos coesos na linguagem. Alguns exemplos bem conhecidos são guarda-chuva, anti-inflamatório e bem-estar. Ele também é utilizado na separação silábica em dicionários ou para quebrar palavras entre linhas em textos impressos.

Já a meia-risca, ou meio travessão, apesar de aparecer com mais frequência na língua inglesa, também encontra espaço na portuguesa, geralmente para indicar intervalos de tempo ou numeração. Um bom exemplo seria o período histórico de 1930 a 1945, indicado como 1930–1945 utilizando essa meia-risca. No português, seu uso é mais técnico e pontual.

Por fim, temos o protagonista desta conversa: o travessão. Visualmente maior, mais pronunciado e expressivo, ele cumpre funções relevantes na estruturação do texto. Seja para elaborar um raciocínio, destacar uma ideia ou apresentar uma fala narrativa, o travessão oferece uma pausa estilística com significado. Mas, como veremos adiante, isso não dá carta branca para usá-lo indiscriminadamente.

Por que o travessão se tornou “suspeito” nas redes sociais

Nos últimos meses, o travessão ganhou a fama equivocada de “marca registrada” da inteligência artificial. Muitos usuários começaram a identificar em textos redigidos por IA um padrão marcado pelo uso excessivo deste sinal.

De fato, boa parte dos modelos de linguagem, como o ChatGPT e outras IAs textuais, foram treinados com milhões de textos formais, jornalísticos, literários e acadêmicos. Nestes, o travessão é bastante frequente. Logo, é natural que os sistemas o reproduzam com constância.

Mas a generalização de que apenas IAs usam travessão é um equívoco. O que acontece, muitas vezes, é o mau uso do sinal tanto por máquinas quanto por pessoas que ainda não dominam bem a norma culta. A questão não é se o travessão foi usado, e sim como foi utilizado.

Além disso, vale lembrar que a escrita automatizada tende a buscar uniformidade e clareza. Por isso, recorre a sinais gramaticais ricos em estrutura e ênfase. Neste contexto, o exagero se configura mais como característica de estilo do que como evidência definitiva de autoria artificial.

Quando usar o travessão: três contextos essenciais

O travessão continua relevante por um motivo simples: ele é extremamente versátil. Saber utilizá-lo pode colocar seu texto em outro patamar. A seguir, veja as três situações mais comuns em que vale a pena optar por esse recurso.

1. Para destacar informações adicionais dentro da frase

Em construções informativas, é comum inserir explicações que interrompem momentaneamente o andamento da sentença. O travessão ajuda a destacar essas informações de uma forma natural, sem a necessidade de recorrer sempre aos parênteses, que são visuais e gramaticalmente mais fechados.

2. Para marcar o início de falas em narrativas

Essa é, talvez, a função mais tradicional do travessão. Em livros, peças de teatro, contos e romances, a fala direta dos personagens é precedida por esse sinal. Ele delimita com clareza o início da fala, separando o diálogo da narração.

3. Para enfatizar frases no final de estruturas

Frequentemente, o travessão é colocado ao final das frases para sugerir uma pausa enfática ou dramática, oferecendo uma quebra no ritmo que atrai a atenção do leitor. Ainda que esse uso requeira sensibilidade literária e não deva se tornar um vício, trata-se de uma ferramenta expressiva legítima e muitas vezes poderosa.

Quando evitar: menos é mais

Como qualquer elemento linguístico, o travessão precisa ser usado com moderação e propósito. Em redações escolares, por exemplo, exagerar no seu uso pode transmitir insegurança ou falta de clareza. Professores e corretores valorizam uma escrita precisa, coesa e bem fundamentada. E isso inclui o uso correto da pontuação.

Se a intenção for apenas intercalar informações secundárias, muitas vezes as vírgulas são suficientes. Já os parênteses funcionam melhor em apartes e comentários mais discretos. A escolha depende sempre do efeito desejado. Usar o travessão apenas por “estilo” ou imitação, sem entender sua função, não é um bom caminho.

Assim como em qualquer construção bem feita, o equilíbrio linguístico é a chave. O melhor texto não é o mais enfeitado, mas o mais eficaz em comunicar sua mensagem.

Dicas práticas para acertar sem medo

Para estudantes do Ensino Médio que desejam aprimorar suas redações para vestibulares ou provas dissertativas, é essencial dominar aspectos formais da língua portuguesa. Veja algumas dicas valiosas para usar o travessão com propriedade e seguir produzindo textos de impacto.

  • Use o travessão para destacar, mas com moderação. Se em um parágrafo você percebe três ou mais ocorrências, talvez esteja exagerando. Reconsidere outras opções.
  • Evite confundir com o hífen. Lembre-se de que o hífen une, enquanto o travessão pontua.
  • Utilize ferramentas como o Microsoft Word ou o Google Docs para configurar atalhos que inserem corretamente o símbolo. A maioria dos teclados não possui o travessão como caractere direto.
  • Leia autores experientes e observe como o sinal é utilizado nos textos. Essa prática vai aguçar sua percepção estilística.
  • Sempre que possível, revise seu texto ou peça para alguém ler em voz alta. O uso inadequado do travessão pode comprometer o ritmo e até dificultar a interpretação.

Conclusão: a linguagem é sua, use com consciência

O travessão é uma dessas ferramentas que aproximam o leitor do pensamento do autor, criando pontos de pausa e destaque que enriquecem a comunicação.

No Colégio Objetivo Frei Gaspar, estimulamos a escrita consciente e a leitura crítica. Acreditamos que dominar a estrutura da linguagem é o primeiro passo para um futuro acadêmico sólido e uma comunicação eficaz. Aqui, nossas aulas de redação, literatura e gramática não se limitam às normas, mas promovem compreensão, autonomia e expressão transformadora.

Se você busca uma formação completa, com ensino de excelência voltado para os principais vestibulares e, acima de tudo, com acolhimento verdadeiro, conheça de perto o nosso colégio.

Porque cada palavra conta, mas é a escolha consciente que transforma. E na sua caminhada para o sucesso, estaremos ao seu lado, pontuando cada conquista com propósito e cuidado.